Sergio Pardal Freudenthal é advogado e professor universitário, especialista em Direito Previdenciário, atua há mais de três décadas em Sindicatos de Trabalhadores na Baixada Santista.

1º de Maio é Dia do Trabalhador

1º de Maio é para comemorar o Dia do Trabalhador, e não do Trabalho, como falam alguns.

Como todo mundo sabe, a comemoração do Dia do Trabalhador tem história, triste e gloriosa, mas o mais importante no atua momento é a retomada de condições civilizadas entre Capital e Trabalho.
No século passado, após duas Guerras Mundiais, consolidava-se a defesa dos trabalhadores dentro dos conceitos de civilização. As relações entre Capital e Trabalho estavam expressas na legislação, com contratos formais e seguros sociais. Porém, com o fim da denominada Guerra Fria (que, de outra forma, segue acontecendo), com a falsa vitória do capitalismo, as políticas neoliberais aumentaram os lucros, diminuindo garantias e direitos dos trabalhadores.
O crescimento da miséria – inclusive em nosso Brasil, ainda com o golpe de 2016 piorando as condições trabalhistas – culminou com a pandemia do Covid19. Contra o Estado do Bem-Estar Social, o neoliberalismo apresentou o Estado Mínimo, tirando qualquer proteção aos mais necessitados, e tendo suas vitrines destruídas pela doença mundial.
Da mesma forma que o fim da Segunda Guerra Mundial exigiu a democracia social, o combate ao Covid19 demanda ciência e solidariedade. Como bem alertava o Velho Mestre, a solidariedade decorre das necessidades e não de uma simples bondade humana. A distribuição de vacinas em todo o mundo é uma obrigação para a sobrevivência da humanidade.
Por um lado, a ciência e a civilização são vencedores – em nosso país, os grandes gigantes na luta são o SUS, saúde pública, e o INSS, previdência e assistência sociais –, por outro, ressurgem, em várias formas, o fascismo e o nazismo, impondo a ignorância, o medo e o ódio. Sempre otimista, podem ser apenas engulhos, pequenas náuseas da sociedade, em razão das comidas e vitaminas novas. A evolução acontecerá com a vitória da civilização contra a barbárie, avanços da ciência e grande redução nas desigualdades sociais.
Pouco importa a medida do que temos para comemorar. É duro ter a palavra de ordem “Nenhum Direito a Menos”, mas o restabelecimento do Estado Democrático de Direito também tem que acontecer no campo econômico e social. O movimento sindical deverá cumprir seu papel, mobilizando e reivindicando.
Viva o 1º da Maio, Viva o Dia do Trabalhador!