Sergio Pardal Freudenthal é advogado e professor universitário, especialista em Direito Previdenciário, atua há mais de três décadas em Sindicatos de Trabalhadores na Baixada Santista.

Estado Democrático de Direito Sempre

Nesse dia 11 de agosto de 2022 a sociedade civil dá a resposta às tentativas de golpe do atual desgoverno.

Em 1977, o professor Goffredo da Silva Telles leu a Carta aos Brasileiros, exigindo a restituição do Estado Democrático de Direito, o fim da ditadura militar. Para esse dia 11 de agosto, a Velha e Sempre Nova Academia, preparou, no Largo de São Francisco, a leitura da nova Carta, já com mais de um milhão de assinaturas, exigindo o Estado Democrático de Direito Sempre.
Enquanto o desgoverno federal ameaça com propostas golpistas, atiçando a violência já presente em tempos pré-eleitorais, a sociedade civil responde com compromissos com a Democracia.
A Carta da Faculdade de Direito foi escrita de forma bastante ampla, inclusive alcançando mais de um milhão de assinaturas, e assim, a sua exigência é o Estado Democrático de Direito Sempre, sem colocar em debate se atualmente ele é pleno ou não.
Para nós, não restam dúvidas, no campo social os trinta anos de neoliberalismo reduziu bastante a Democracia; porém, com o golpe institucional de 2016, a ruptura com o Estado Democrático de Direito, disposto na Constituição Cidadã de 1988, é evidente. Todo o desenvolvimento golpista a partir de então, culminando com a eleição do atual desgoverno, nos aponta a necessidade de reconstruir o Estado Democrático de Direito em nosso país, sem esquecer a importância do Direito Social.
As exigências que a sociedade apresenta nas Cartas de hoje são o respeito ao resultado das eleições e a garantia da posse do futuro presidente. Porém, todos sabemos que para reconstruir a Civilização em nosso país, será preciso recompor o Direito Social, em especial o Trabalhista e o Previdenciário.
As garantias do Estado Democrático de Direito só se formam nas ruas, com as entidades da sociedade civil exigindo e com manifestações como as de hoje. Assim também será para recompor as normas trabalhistas e previdenciárias.
A projeção para o ano que vem é de esperança e muito trabalho. O mundo inteiro se prepara para garantir a Civilização, começam os estudos para as contrarreformas na legislação trabalhista e previdenciária. A pandemia mostrou as necessidades sociais imediatas, e não apenas para o nosso país. Apesar da indústria bélica ainda conseguir manter seu poderio, as guerras não podem durar para sempre.
Nesse dia 11 de agosto de 2022, o Brasil demonstra seu compromisso com a Democracia, com a Civilização. Vamos recuperar o Estado Democrático de Direito, e para sempre!