A Civilização deve provar suas qualidades
A batalha federal contra a Barbárie foi vencida pela Civilização; porém, esta deve provar as suas qualidades, especialmente reduzindo a grave desigualdade social em nosso país.
Em 1945, quando acabou a Segunda Guerra Mundial, a Barbárie deixava estampados os seus resultados e a Civilização construía suas bases, como o Estado do Bem-Estar Social, onde todos os cidadãos estariam com a dignidade garantida, com todas as oportunidades que quisessem ou precisassem. Tudo bem que não foi bem assim; restavam fascismos, como o espanhol e o português, e suas bases colonialistas, mas os avanços do Direito Social na segunda metade do século passado são inegáveis.
Com o fim da Guerra Fria, sem as contradições entre os mundos capitalista e socialista, a política neoliberal e a globalização atacaram diretamente o Direito Social, precarizando as relações entre capital e trabalho e reduzindo a confiabilidade dos sistemas previdenciários e assistenciais. O resultado foi o crescimento da miséria, agora claramente exposta com a pandemia no mundo todo.
Pois das três décadas de política neoliberal tivemos a ressureição do fascismo, com seu falso patriotismo e mantendo as alianças ultraneoliberais no campo econômico.
Temos então o nosso Brasil, o com o desgoverno que agora se encerra custando quase 700 mil mortes, por falta de combate ao Covid19. E ainda temos uma vitória apertada da Civilização contra a Barbárie, custando um Congresso Nacional mais reacionário, com representação do fascismo tupiniquim, qualquer seja o nome que se queira dar.
Agora a Civilização tem que demonstrar as suas qualidades. A redução nas desigualdades sociais, a eliminação da fome e da miséria, são objetivos importantes para toda a sociedade. Os retrocessos econômicos neoliberais interessam apenas para pouquíssimos que apostam na Barbárie.
As contrarreformas nas legislações trabalhista e previdenciária são muito importantes, e devem buscar a recomposição do tecido social. As condições de trabalho informais e precárias em nada ajudam a economia de um país. Bem ao contrário, representam o retrocesso próprio da desindustrialização que o Brasil sofreu. É preciso recompor a Justiça do Trabalho e as garantias formais de contratos, além da credibilidade dos nossos sistemas previdenciários.
A pandemia mundial exigiu as respostas da Civilização, principalmente a Ciência e a Solidariedade, com os fascistas respondendo com a negatividade, a ignorância, o medo e o ódio.
A verdadeira Solidariedade é a que a lei determina; deve estar disposta em diplomas legais, inclusive acordos e tratados internacionais. Apesar do desgoverno em nosso país, que ora termina, aqui tivemos dois gigantes na luta contra a pandemia, o SUS, Saúde Pública, e o INSS, Previdência e Assistência Sociais.
Nas graves crises, como a pandemia, só gasta dinheiro quem precisa gastar; o movimento se dá na baixa economia, nas despesas do dia-a-dia. Assim, recompor o poder aquisitivo das aposentadorias e pensões, melhorando o valor do salário mínimo com aumento real, é importante para toda a sociedade.
A Civilização precisa provar, através da ciência, quais são as suas qualidades. Precisamos demonstrar que é possível viver melhor com uma sociedade mais justa, menos desigual.